Confissões
Confissão: Luz que continua a brilhar nos olhos do Pai
Tenho muito carinho pela imagem do Pai misericordioso ou do Filho pródigo: momentos especiais dão mesmo encontro de amor. Dar e receber perdão. Uma ação do mesmo Espírito que nos impede para o outro. Do mesmo feito de uma abelha ao abraçar-amar uma flor. Atitudes prenhes que gestão mel e novas flores, saber que reter é perecer.( L. L. Bram.)
Olho com o coração a imagem tudo prenhe de amor, filhos. Pai, filhos nascem do amor do Pai que são frutos do amor dos pais, dos pais até o amor do próprio Deus. Deus Pai, Filho, continuidade, esperança, amanhã sementes da mesma árvore, a árvore da vida. Despedida, cada um para um lado, distância, dor, separação, um olhar para o horizonte. Sou eu a me olhar diante de tantos erros cometidos e sentido a distância que me separa dos braços amorosos do Pai. A imagem do velho Adão de cabeça baixa deixando sua casa o paraíso por medo de ter dito a verdade e ser obrigado a cobrir sua nudez mais por vezes, infelizmente nos deixamos seduzir por tantos motivos, e a cegueira nos impede de ver a luz.
Luz que continua a brilhar nos olhos do Pai como um farol na noite escura da fé. Luz que nos deseja apontar o caminho de volta, mas se não o fazemos por amor, por vezes é a dor que nos aponta a direção. Dor de mentiras e consentimento mútuos. Dor que parece ser apetitoso, mas que nos leva a relações de interesse, sem menos prevenir o coração que são falsas.
E no desespero último de não poder comer o que os poucos comem, lembrar de uma direção inscrita no próprio coração. “A casa do Pai”. Lá terei comida, serei respeitado, o amor cobrirá minha nudez.
Olho o meu coração, quantas voltas tive medo de dar, por causa da vergonha dos atos cometidos. Erguer a cabeça, olhar no coração, sentir o amor que nos liberta do erro, da prepotência, do pecado. “Vou voltar para a casa do Pai”. Caminho por vales longo, fazemos para entender o simples, o cotidiano. Vejo ao longe a figura do Pai esperando contra toda esperança firme no amor. Sem palavras continuo tentando explicar o que só o coração entende. Braços abertos, coração aberto. Dois corações abertos desejam celebrar o mesmo amor cósmico. Pedir e dar perdão. Silêncio diante do mistério.
O que importa outras coisas? Anel de família, dinheiro, heranças, etc. “Este meu filho morto voltou, estava perdido.” O que importa mais que o filho? Nada é verdade, o pecado mata em nós a imagem da qual fomos criados e que ansiamos voltar a ver: “ o rosto de Deus”.
Festa, graça, alegria, amor incondicional. Quanta esperança é celebrada nestes corações. Lembrei do encontro entre Maria e Izabel. As duas celebram o amor em seus ventres, coração, um abraço umbilical, que liga aquele encontro. Ao Adão primordial antes dos seus enganos, aquele nú na presença de Deus. Festa, muita festa. “Haverá mais alegria no céu”. Festa no céu, festa na Terra no abraço de amor que nos configura, ao que somos, no mais íntimo de nós mesmos.
Tudo é festa? Sabemos que ainda não, ainda vive em nós a inveja, o ciúme, e isto nos impede de ver a alegria de tantos encontros, no privamos do amor pleno por motivos ainda nossos, e não percebemos que o nosso lugar “ não é neste mundo”.
Mas devemos ouvir o irmão que não quis ser irmão pois apesar de muito próximo não entendia a casa-paternidade do Pai. Nos justificamos e com certeza ainda presos ao que temos ou construímos, brigamos por motivos que achamos muito importantes o Pai vê o Filho, o Filho vê o Pai, e conversam sem máscaras. Nem medos sobre as coisas do coração e é no coração que o verdadeiro encontro tem significação, e mesmo que não se tivesse dito uma só palavra, o silêncio estaria banido a liberdade de dizer para o outro que e ele o sentido do encontro.
Tenhamos na confissão a graça deste amor de Pai, deste amor de filho. Invocamos juntos a ação do Santo Espírito e desejos de coração um “coração de carne” um coração de filho. Alimentemos em nós o desejo deste abraço que cura as feridas mais profundas do coração, e nos faz entrar na festa do retorno ao Paraíso, ao Reino do Céu.
E se aí neste coração, estou olhando para o meu, tem algo que te causa dor, diga com alegria: “ Vou voltar para a casa do Pai”. Volte pelo sacramento (sinal visível da graça invisível) da confissão, procure um amigo e abra teu coração à esta festa belíssima, pois com certeza o Pai (Deus) te espera ansioso para abraçá-lo, devolver-te o manto, colocar novamente o anel em teus dedos.
E sinta a alegria da nudez celestial, já agora, invadindo tua vida, teu coração, o coração dos que te amam. “ Por isso vem entra na festa com a gente, vem”.
Amém.